Dados do Trabalho

Título

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR SUBMACIÇO NA GRAVIDEZ: RELATO DE CASO

Introdução

A gravidez configura-se isoladamente como uma condição de trombofilia, aumentando o risco de tromboembolismo venoso em cinco vezes. O tromboembolismo pulmonar (TEP) na gestação é uma das principais causas de morte materna no mundo, o que evidencia a importância do seu rápido diagnóstico e manejo (1).

Descrição do caso

Quartigesta, 32 anos, hígida, com idade gestacional de 14 semanas e 3 dias, chega ao Pronto Socorro referindo astenia e dispneia há duas semanas, com piora há 1 dia. Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral, desidratada, hipocorada, hipertensa (149x87 mmHg), taquicárdica (163 batimentos por minuto), taquipneica (40 incursões por minuto) e saturando 86% em ar ambiente. Ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares diminuídos bilateralmente, sem ruídos adventícios. Considerando TEP como hipótese diagnóstica, preconizou-se pela oxigenioterapia com máscara não reinalante, internação em leito de terapia intensiva e realização de angiotomografia de tórax, que evidenciou TEP submaciço. Iniciada anticoagulação plena com enoxaparina. No 2º dia de internação a paciente apresentou piora do padrão respiratório e instabilidade hemodinâmica, optando-se por sedação, intubação orotraqueal com ventilação mecânica e administração de noradrenalina e alteplase. No 7º dia, apesar de evoluir com melhora clínica, apresentou episódios de sangramento vaginal, sendo diagnosticado abortamento tardio.

Relevância

O TEP na gravidez requer atenção especial dado o espectro de desfechos desfavoráveis. A eficiência no seu diagnóstico e tratamento culmina em melhor prognóstico para o feto e a gestante (2). Ademais, é evidente que o abortamento envolve fatores sociais e psíquicos importantes aos envolvidos.

Comentários

O reconhecimento do TEP na gestação pode representar um desafio, visto que o quadro clínico apresenta baixa especificidade e sensibilidade e pode mimetizar alterações fisiológicas do corpo da gestante. Ainda, há a preocupação da exposição do feto à radiação nos exames de imagem para o diagnóstico (3). Esses fatores combinados podem atrasar o diagnóstico e tratamento adequados.

Referências Bibliográficas

(1) TEP na gravidez. (2010). Jornal Brasileiro De Pneumologia, 36, 49–53. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1806-37132010001300016. Acesso em: 02 de maio de 2024.
(2) Lin, Y-C, et al. (2012). Pregnancy and acute pulmonary embolism: A case report. Reproductive biomedicine online. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22483795/. Acesso em: 07 de maio de 2024.
(3) ZUGAIB, Marcelo. (2023). Zugaib obstetrícia. Santana de Parnaíba, São Paulo, SP: Editora Manole. E-book. Acesso em: 07 de maio de 2024.