Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: FECHAMENTO ESPONTANEO DE FISTULA VESICOVAGINAL POS-CIRURGICA

Introdução

Fístula urogenital é uma comunicação anormal entre o trato genital e trato urinário, sendo fístula vesicovaginal 3x mais comum. A principal etiologia é complicação de cirurgia ginecológica. A maioria das fístulas são decorrentes de lesão acidental do trato urinário no intraoperatório. A paciente evolui com perda urinária insensível, indolor, continuamente, dias a semanas após cirurgia. O teste de azul de metileno pode confirmar a fístula. Este trabalho relata o caso de paciente com fístula vesicovaginal com fechamento espontâneo após sondagem vesical de demora

Descrição do caso

Paciente 55 anos, feminino, submetida em 02/02/24 a histerectomia vaginal e sling transobturatório, devido a espessamento endometrial (7 mm) e incontinência urinária de esforço por fator intermediário com pressão de perda de esforço de 74 cmH2O. Evolui no pós-operatório imediato com hematúria persistente, optado por manter sonda vesical de demora. Realizada cistoscopia com identificação de lesão de 0,5 cm em parede vesical posterior, em cicatrização. Retirada sonda vesical de demora e, após 5 dias, paciente retornou com queixa de perda insensível de urina. Realizado teste de azul de metileno intravesical, positivo. Submetida a nova sondagem vesical de demora do dia 14/02/24 a 15/03/24, realizada nova cistoscopia e visualizada lesão cicatrizada, sem extravasamento de urina. No dia 27/03/24, retirou-se sonda vesical de demora, com diurese espontânea e ausência de perda insensível de urina após.

Relevância

Apesar de não haver consenso da duração da drenagem vesical de demora, as fístulas diminutas e de baixo débito costumam cicatrizar apenas com o cateterismo vesical de demora2. Recomenda-se manter sonda vesical por 10-60 dias. Mesmo pacientes em programação cirúrgica devem ser mantidas com sonda, possibilitando o fechamento espontâneo, diminuindo o débito da fístula e sintomatologia do paciente.

Comentários

A drenagem vesical contínua permitiu a cicatrização da fístula de forma espontânea. É necessário manter acompanhamento rigoroso do paciente.

Referências Bibliográficas

1. Duong TH, Taylor DP, Meeks GR A multicenter study of vesicovaginal fistula following incidental cystotomy during benign hysterectomies. Int Urogynecol J. 2011 Aug;22(8):975-9. Epub 2011 Feb 19.
2. Tancer ML. Observations on prevention and management of vesicovaginal fistula after total hysterectomy. Surg Gynecol Obstet. 1992;175(6):501.
3. Bazi T. Spontaneous closure of vesicovaginal fistulas after bladder drainage alone: review of the evidence. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct 2007; 18:329.