Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de São Paulo

Dados do Trabalho


Título

LEIOMIOMA UTERINO GIGANTE: RELATO DE CASO

Introdução

Os leiomiomas uterinos são a neoplasia pélvica mais comum entre as mulheres, especialmente durante a idade reprodutiva. Dentre os sintomas mais frequentes, observa-se sangramento uterino anormal e dor pélvica crônica, impactando não apenas na saúde reprodutiva da mulher, complicações gestacionais, como também em sua qualidade de vida.

Descrição do caso

R.G.C., sexo feminino, 43 anos, G1A1, raça preta, sem comorbidades, veio encaminhada de UBS de origem devido aumento de volume abdominal, sangramento uterino anormal, dor pélvica intensa, sem alterações urinárias ou intestinais, com duração de aproximadamente 3 anos. Sem sucesso com tratamento clínico com progesterona via oral, porém com perda de seguimento. Ao exame físico: útero palpável em região de apêndice xifóide e abaulamento global de fundo de saco. Ultrassonografia transvaginal evidenciando útero aumentado, medindo 45x30x14cm, volume 9.828cc, miométrio com imagens hipoecogênicas e ovários não visualizados; ressonância nuclear magnética de pelve, demonstrando massa pélvica medindo 30x22x20cm volume 13.200cc, com extensão ao mesogástrio, impregnação heterogênea ao contraste e áreas centrais de degeneração cística/necrose condicionando efeito compressivo sobre os ureteres determinando leve hidronefrose. Realizada histerectomia abdominal total somado a anexectomia bilateral - procedimento sem intercorrências, com retirada de peça cirúrgica pesando 8.476g e resultado anatomopatológico de leiomioma. Evoluiu sem necessidade de transfusão sanguínea, ou necessidade de cuidados intensivos.

Relevância

Apesar de apenas leiomiomas acima de 11,4Kg serem considerados como gigantes,1 estes são raros, sendo incluídos na categoria de tumores gigantes, que incluem tumores ovarianos.2 Tumorações desta amonta geralmente evoluem com sintomas importantes de compressão extrínseca pela massa, como observada no caso em questão. Realizar o diagnóstico pré-operatório em tumorações desta amonta é desafiador, requerendo cirurgia cautelosa e expertise cirúrgica, dimuindo consideravelmente o risco morbimortalidade pós-cirúrgica.3

Comentários

A progressão de grandes tumorações demonstra falta do correto seguimento e diagnósticos prévios, demonstrando falha nos serviços pré-hospitalares de prevenção em saúde.

Referências Bibliográficas

1- Evans, Arthur T. III MD; Pratt, Joseph H. MD. A GIANT FIBROID UTERUS. Obstetrics & Gynecology 54(3):p 385-386, September 1979.
2- Management of Symptomatic Uterine Leiomyomas: ACOG Practice Bulletin, Number 228. Obstet Gynecol. 2021 Jun 1;137(6):e100-e115. doi: 10.1097/AOG.0000000000004401. PMID: 34011888.
3- Brito LGO, Ueno NL, Machado MR. Does Big Mean Evil? Giant, but Benign Uterine Leiomyoma: Case Report and Review of the Literature. Rev Bras Ginecol Obstet. 2021 Jan;43(1):66-71. doi: 10.1055/s-0040-1721351. Epub 2021 Jan 29. PMID: 33513639; PMCID: PMC10183851.

Área

Categoria Ayres Neto para o pôster de Ginecologia

Instituições

Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar - São Paulo - Brasil

Autores

MARJORIE STHEFANIE LEITE DE FIGUEIREDO SANTOS, ANA BEATRIZ DE SOUZA AUGUSTINHO, MAÍRA DUTRA ULIANA, FERNANDA S FAIG LEITE