Jornada de Obstetrícia e Ginecologia da Santa Casa de São Paulo

Dados do Trabalho


Título

ULCERA DE LIPSCHUTZ COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE ISTS - UM RELATO DE CASO

Introdução

A úlcera de Lipschutz corresponde a um tipo de úlcera genital aguda, sendo uma condição autolimitada e não sexualmente transmissível. Sugere-se que seja a manifestação clínica de uma reação de hipersensibilidade a uma infecção viral ou bacteriana. Os pacientes são, geralmente, jovens do sexo feminino e não sexualmente ativos. O diagnóstico é realizado através da anamnese e exame físico, e pode-se realizar testes laboratoriais para diagnóstico diferencial.

Descrição do caso

Feminina, 12 anos, virgo, sem antecedente relevante. Apresentou febre, prurido e exantema. Realizou teste de NS1 com três dias de sintomas por suspeita de dengue com resultado negativo. No 7° dia iniciou com queixa de dor vaginal e aparecimento de lesão vulvar. Deu entrada no pronto-socorro do Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence em São José dos Campos (SP), sendo avaliada no pronto-socorro da ginecologia. Ao exame físico apresentava úlcera única em grande lábio a esquerda com cerca de 1 cm, dolorosa, com bordo elevado, área de permeio eritematosa e com fundo coberto por conteúdo amarelado. Coletadas sorologias para diagnóstico diferencial e iniciado tratamento com clobetasol tópico, considerado padrão-ouro no tratamento de úlcera genital aguda. Após 7 dias apresentou melhora da dor local e regressão da lesão. Checados exames realizados na admissão, inclusive para exclusão de doenças sexualmente transmissíveis (ISTs), com resultados negativos. Conclui-se o diagnóstico de Úlcera de Lipschutz devido a melhora clínica após tratamento proposto.

Relevância

Diante do caso exposto, torna-se relevante o diagnóstico correto de úlceras genitais em crianças e adolescentes, fazendo-se necessário uma boa anamnese e exame físico, visto o impacto emocional a paciente e familiares por se tratar de um diagnóstico diferencial ISTs.

Comentários

Devido ao exposto, é necessário o conhecimento do diagnóstico clínico da Úlcera de Lipschutz, a fim de realizarmos o tratamento adequado e diminuir os impactos negativos dessa patologia.

Referências Bibliográficas

1. LEHMAN, JS. BRUCE, AJ. WETTER, DA. FERGUSON, SB. ROGERS, RS. Úlceras genitais agudas reativas não sexualmente relacionadas: revisão de casos avaliados na Clínica Mayo. J Am Acad Dermatol. julho de 2010;63(1):44-51.

2. POPATIA, S. CHIU, YE. Vulvar aphthous ulcer after COVID‐19 vaccination. Pediatr Dermatol., 39 (2022), pp. 153-154

3. ACERDA, MI. ZUNINO, AX. DE CARVALHO, M. de SR. SERAVALI, MRM. JACYNTHO, CM de A. Úlcera de Lipschütz (LU) na adolescência, como manifestação da primoinfecção por Epstein-Barr (EBV). Relato de caso / Úlcera de Lipschütz (LU) em adolescente, como manifestação da primoinfecção por Epstein-Barr (EBV). Relato de caso. Revista Brasileira de Revisão de Saúde , [S. l.] , v. 6, pág. 18770–18773, 2020. DOI: 10.34119/bjhrv3n6-264.

Área

Categoria Ayres Neto para o pôster de Ginecologia

Instituições

Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence - São Paulo - Brasil

Autores

ISABELLY DOS SANTOS BELO, Anna Helena Metzker Junqueira Maciel, Cassiano De Sousa Coutinho