Dados do Trabalho

Título

Aspectos da Contracepção e Desfecho Obstétrico em Comunidade Ribeirinha do Rio Amazonas

Objetivos

Estudar o comportamento reprodutivo e obstétrico em mulheres ribeirinhas do Rio Amazonas

Métodos

Estudo transversal, descritivo e quantitativo, baseado na análise de prontuários de 105 mulheres da comunidade ribeirinha dos Muras atendidas de forma voluntária por um barco hospital da Igreja Metodista no período de julho de 2023.

Resultados

A grande maioria (60%) se constituiu de mulheres jovens (menos de 30 anos) , quase 90% tinham estudo fundamental ou superior incompleto, e 60% dedicavam-se exclusivamente às atividades domésticas. As gestações foram planejadas em 61% das mulheres e 19,5% não usavam nenhum método contraceptivo. A maioria fazia uso dos métodos hormonais injetáveis ( 41,90%), 9,52% anticoncepcional oral, 11,43% laqueadura e nenhuma fazia uso de Diu . Apenas 11,4% fez menção ao uso de preservativo, seja como contracepção ou prevenção de infeccção sexualmente transmissível. Uma mulher referiu método caseiro. A análise dos desfechos obstétricos permitiu caracterizar que 82,11% deu à luz antes de 20 anos , sendo que apenas 9,52% eram nulíparas. A frequencia do pré natal foi elevada (95,65%), sendo que 33,68% tiveram parto domiciliar , 44,21% partos vaginais hospitalares e 22,11% , cesárea . 81,52% não referiram complicações nas gestações e as que tiveram resumiu-se em hipertensão , infecção e hemorragia.

Conclusões

A preferência pelo uso de contraceptivos injetáveis observada neste estudo pode estar relacionada ao regime itinerante do serviço ofertado a comunidade. Essa mesma itinerância impossibilita também ouso do DIU que requer um preparo prévio das mulheres e retorno precoce a unidade de saúde. Os indicadores gestacionais mostraram predomínio de parto domiciliar vaginal , elevado nível de fecundidade e alta adesão ao pré natal. A partir desses resultados, conclui-se que a interiorização dos serviços de saúde é essencial para que uma assistência médica especializada chegue até as comunidades ribeirinhas e isoladas do Amazonas, Brasil.

Referências Bibliográficas

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